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Quimeras e Utopias

Quimeras e Utopias

Os dislikes

O que me move são as coisas que me proporcionam prazer. Esse prazer não tem de ser elementar, pode ter um caráter reflexivo, pode ser melancólico, pode até levar-me às lágrimas pela tristeza que me causa. Assim, tento não gastar um segundo da minha vida a procurar aquilo que nada me diz, que nada de bom me pode proporcionar. E se, nas minhas buscas, tropeçar em algo assim, indiferente, insonso, passo adiante sem olhar para trás.

 

Dito isto, surpreendem-me sempre as pessoas que gastam tempo com aquilo que confessam não gostar. No Youtube veem um vídeo, fazem um comentário negativo, colocam um dislike. Alguns são meninos para fazer isso em todos os vídeos desse mesmo artista. Se um vídeo tiver um conteúdo censurável (racista, xenófobo, misógino, discriminatório, de tortura a pessoas ou animais) eu consigo compreender e louvo mesmo essa atitude. Na realidade trata-se uma forma de expressar uma censura pelo conteúdo apresentado e uma forma de alertar quem vier a seguir. Mas tratando-se de um vídeo de música, gatinhos a fazerem avarias ou algo de género, nunca percebi essa necessidade de expressar uma opinião tão inflamada sobre aquela partilha. Eu não gosto de quizomba e para mim a solução é muito simples: não procuro vídeos de quizomba para lá ir colocar dislikes. O meu não gostar de um género musical não significa achar que o género em questão é um género menor. Simplesmente não gosto, mas não me sinto o oráculo do mundo, aquela que define se um músico, um compositor tem qualidade ou não.

 

Hoje estava eu a ver o vídeo Lazarus de David Bowie e fiquei boquiaberta ao perceber que tinha 16 mil dislikes. Posso compreender que algumas pessoas não apreciem o género musical em questão, mas um dislike é como um certificado de má qualidade e se há coisa de que o Bowie não poderá ser acusado é disso. Neste exemplo específico, parece-me quase uma falta de respeito por uma canção que é um epílogo maravilhoso, sem precedentes, de uma vida também ela excepcional.

 

Assim, seríamos todos bem mais felizes (a nível pessoal e interpessoal) se procurássemos o prazer ao invés de gastarmos tempo com aquilo que nos irrita, que nos torna em seres agressivos, impulsivos, uns verdadeiros trolls da internet.

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