Mulheres
Por curiosidade, separei os livros de escritoras que li no ano passado, só para descobrir que foram em menor quantidade do que os livros lidos escritos por homens. O mundo, de uma forma geral, continua a ser predominantemente masculino, mesmo quando parece que nas sociedades ocidentais tanto mudou no que diz respeito à igualdade de direitos e oportunidades entre homens e mulheres. Essa entoação masculina está de tal forma entranhada que nós, mulheres, acabamos por considerar certas atitudes, maneiras da sociedade funcionar, normais. É normal haver uma predominância de prémios literários atribuídos a homens, é normal haver uma predominância de divulgação de obras de autores masculinos, é normal haver mais autores masculinos publicados do que femininos.
Mas todas essas normalidades não conseguem apagar a qualidade do trabalho literário das autoras lidas, a unicidade da sua voz artística e a forma como cada uma destas obras me marcou de forma indelével.
Susan Sontag — Olhando o sofrimento dos outros;
Mrs Dalloway — Virginia Woolf;
O meu amante de domingo — Alexandra Lucas Coelho;
Os interessantes — Meg Wolitzer;
História do novo nome e História de quem vai e de quem fica — Elena Ferrante;
A história secreta — Donna Tartt;
O olhar e a alma, Romance de Modigliani — Cristina Carvalho;
Marguerite Yourcenar — Memórias de Adriano.