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Quimeras e Utopias

Quimeras e Utopias

Da violência contra as mulheres

Uma rapariga de 16 anos foi violada por trinta homens no Brasil, não sendo este, nem de longe nem de perto, um caso isolado no dia-a-dia brasileiro. No entanto, esta situação que apenas consegue causar-me uma repulsa imensa não é de todo exclusiva da realidade brasileira. Por todo o mundo, em alguns países de forma mais expressiva, são violadas mulheres, adolescentes e meninas diariamente.

 

Se, de forma quase generalizada, podemos encontrar por estas bandas comentários de censura e repúdio contra as bestas que violentaram aquela mulher, encontra-se sempre um ou outro comentário que a seguir à censura expressa aplica um MAS. Este Mas vem incondicionalmente seguido de uns quantos «factos» que parecem legitimar a violência masculina. Algumas mulheres vestem-se de forma provocante, comportam-se de forma provocante, dizem coisas provocantes, em suma, exacerbam a sexualidade indomada masculina. Um homem não é de ferro. Tenta controlar-se, mas se elas o desafiam daquela forma, um homem não resiste.

 

Com este cenário, dou por mim a imaginar uma troca de papéis. Imaginem um fulano bem parecido em tronco nu, abdominais bem definidos ao léu, bracinhos musculados despidos, calcinha justa, todo gingão, falinhas a roçar o taradão. Conseguem imaginar, certo? Agora, dá para imaginar 30 mulheres juntarem-se, enlouquecidas por aquele corpinho que estava mesmo a pedi-las e abusarem sexualmente dele, violentarem aquele homem? Dá para imaginar este discurso invertido? Mulheres descontroladas pelo corpinho, pelas provocações sexuais, pela postura de um homem? 

 

Quando alguém justifica estas atitudes horrendas culpabilizando a vítima, quando a violação perpetrada por um abusador é justificada pela forma como a vítima estava vestidas, disse o que disse, comportou-se como se comportou, esse alguém está apenas a dizer duas coisas que não são nada lisonjeiras para os homens em geral:

 

Esses argumentos limitam-se a definir o homem como um ser primitivo, incapaz de resistir a impulsos básicos, um ser cuja racionalidades desvanece perante o instinto sexual, um ser domado pela violência. Em suma, um ser mais parecido com alguns espécimes que se encontram bem no início da nossa evolução, mas, definitivamente, não um ser humano, um homo sapiens;

 

Esse ser está ainda a ser classificado como alguém incapaz de sentir empatia pelos outros, alguém incapaz de ver aquela mulher, que naquele momento tenta submeter aos seus caprichos, como um ser humano, alguém com emoções, alguém racional, com sonhos e expectativas. Um ser que apenas tem capacidade para ver um objeto que pode manusear a seu bel-prazer onde, na realidade, está um ser humano, tal como ele.

 

As desculpas para estes comportamentos criminosos servem apenas para retirar qualidades, excluir capacidades, rebaixar o homem a um ser primitivo e incapaz.

 

Homens, é aí que vocês querem estar?

 

Cantar as janeiras — memórias da infância

Há quase três décadas atrás, a liberdade das crianças para circularem na rua não era tão restrita como atualmente. Íamos sozinhos para a escola, mesmo em tenras idades, demorávamos em brincadeiras no regresso a casa depois das aulas, não havendo o controlo parental a que hoje em dia sujeitamos os nossos filhos. E uma das atividades que fazíamos livremente era precisamente cantar as janeiras. Chegado o dia 6 de janeiro, dia de Reis, (mas estendendo a efeméride um ou dois dias antes) eram várias as crianças que se agrupavam, sendo muito comum os grupos de 3 ou 4, para ir cantar as janeiras de porta em porta. Tínhamos como missão passar umas horas divertidas e também, numa perspetiva capitalista da situação, ganhar uns quantos escudos, pois não havia cá mesadas para ninguém (pelo menos para mim não).

 

Munidos de instrumentos muito rudimentares, uma pandeireta ou um pífaro ainda se arranjava, por vezes tínhamos de improvisar umas maracas com algum recipiente vazio, por exemplo, duas caixinhas de iogurte coladas com pedrinhas ou areia no interior. Para além da parte instrumental, as canções dos Reis tinham de estar na ponta da língua, porque em algumas casas a espera era prolongada, obrigando-nos a desfiar a totalidade do repertório.

 

Santos reis, Santos coroados
Vinde ver quem vos coroou
Foi a Virgem mãe sagrada
Quando por aqui passou

 

Fizesse chuva ou fizesse sol, lá íamos estrada abaixo. Naquele tempo, a concorrência era muita, quase chegando ao ponto de haver filas de grupos de cantores à porta de certas casas. Recordo na casa dos meus pais de haver uma taça cheia de moedas nesta altura do ano. A minha avó tratava, nos dias antes, de arranjar trocos suficientes, mesmo que fosse preciso trocar uma nota. Havia horas que mal se fechava a porta depois de um grupo acabar de cantar, logo outro grupo aparecia. Era uma cantoria quase ininterrupta durante o dia 6 de janeiro.

 

Para além de ganhar umas moeditas (coisa pouca que faria os miúdos de agora rir à gargalhada), também nos aconteciam situações caricatas que nos faziam regressar a casa a sorrir para contar aos nossos pais. Uma das situações que ainda recordo foi quando, certa vez, ficámos, eu e o meu modesto grupo de cantares, parados a uma porta a cantar as janeiras durante dez minutos. Víamos luz vinda do interior e persistimos na cantoria, apesar de estarmos a ser ignoradas havia vários minutos. A dada altura ouvimos a descarga de um autoclismo e finalmente percebemos a resistência da pessoa no interior em abrir a porta. Tínhamos estado a cantar as janeiras à porta de uma casa de banho.

 

Numa outra situação, com a noite já a chegar e a visibilidade a diminuir, pisámos uma placa que tinha sido revestida com cimento fresco. Se por lá havia algum sinal a avisar, não demos conta e quando a dona da casa apareceu, avisada pela nossa cantoria, fartou-se de gritar connosco e nós não tivemos outro remédio senão fugir. As nossas botas nesse ano não apanharam chuva, mas uma demão de cimento fresco.

 

Numa outra situação cantamos as janeiras à porta de uma taberna. Um dos senhores que por lá andava, já meio alegre, deu-nos a nossa melhor oferta do dia, motivado possivelmente pela alteração alcoólica. Não posso gabar os nossos escrúpulos da altura. Uma moeda «grande» era uma alegria que não dava lugar a escrúpulos. Numa ou outra casa não nos abriam a porta, pois algumas pessoas estariam talvez já saturadas de receber tantos grupos de jovens cantores ou então as moedas já não chegavam para tanta procura.

 

Molhadas, cheias de frio e cansadas da jornada por grande parte da freguesia, eu e as outras meninas chegávamos a casa, ano após ano, animadas pela atividade diferente e contentes com as quantas moedas angariadas, que teriam de ser divididas pelos membros do grupo de cantares.

 

Com a passagem dos anos, os grupos de meninos e meninas que andavam a cantar as janeiras foram diminuindo progressivamente. Agora restam os grupos de cantares organizados, com instrumentos musicais «a sério» e compostos essencialmente por adultos. Todo aquele bulício, crianças pela rua debaixo dos seus guarda-chuvas cantando de porta em porta, é já uma imagem do passado, do meu passado. E na memória persistem as letras do repertório cantado na altura e as aventuras vividas, fragmentos do que sou hoje em dia.

Idas para a escola — memórias de infância

Regresso aos meus sete ou oito anos, às viagens feitas para a escola por entre carreiros estreitos, serpenteando por terras de cultivo e combros que no verão criavam a suspeição da existência de répteis, fazendo-me caminhar quase na oblíqua, tal não era o restolhar entre a vegetação. Atalhos que hoje são estradas, mas que mesmo assim guardam a memória das minhas caminhadas da infância. Relembro um dia específico em que, liderando a expedição de mais uns quantos meninos, seguia à frente no carreiro e, ao grito de horror da menina que seguia mesmo atrás de mim, mantive a perna direita em suspensão, evitando assim pisar uma cobra que cirandava por ali. Claro que, nos nossos tenros sete ou oito anos, não eramos exploradores lá muito valentes. Corremos para trás, evitando o atalho dos carreiros, fazendo o percurso para a escola pela estrada, ainda com o coração aos saltos devido ao encontro imediato com a cobra. Aquela mudança de percurso fez com que chegássemos atrasados às aulas e nos fossem pedidas explicações pela situação inusual.

 

O nosso professor achou divertida a nossa justificação debitada em tom ofegante e resolveu dar-lhe uma sequência que volta e não volta recordo com um certo carinho: «Ah, foram vocês então. É que quando vinha para a escola encontrei uma cobra assustada que me disse que tinha ficado naquele estado devido à gritaria de umas quantas meninas. Vocês ficaram assustados com ela e ela com vocês. Por isso já sabem, não precisam de ter medo. Elas têm tanto medo de vocês, como vocês delas.»

 

Não vou vangloriar-me de, depois desta lição do professor, ser completamente destemida relativamente às cobras. Um certo receio primitivo mantém-se dentro de mim, mas gosto de as observar, de lhes ver os padrões bonitos da pele, de lhes acompanhar o serpentear fugitivo.

 

Ao meu Professor Fernando, diferente do Professor Fernando do meu pai (o mesmo homem em épocas muito diferentes e, consequentemente, com comportamentos díspares) podemos apontar muitas coisas, algumas boas, algumas más. E mesmo que as boas possam ter justificações pouco altruístas, mesmo assim tiveram um forte impacto positivo em mim. Com ele aprendi o respeito pela natureza, a observação do que nos rodeia, as árvores, os pássaros, as plantas, as pessoas. Aprendi ainda o gosto pela escrita, coisa fulcral na minha vida na atualidade. Ele não era professor de nos mandar fazer cópias, antes instigava-nos a escrever textos livres onde tínhamos a liberdade de discorrer sobre o que nos apetecesse, incitando-nos assim, desde tenra idade, à exploração da nossa criatividade. Entre a escrita destes textos, as idas aos pinhais para observar árvores, plantas e pequenos insetos (recordo os pequenos bichos da conta a enrolarem-se em bola mal sentiam as nossas presenças perscrutadoras), o mapa de Portugal estendido no chão, por cima da caruma, virado para norte com a ajuda de uma bússola, os mercadinhos improvisados no pinhal, a forma como nos ensinou os metros, levando-nos a medir um quilómetro pela localidade adiante, por tudo isto sou uma pessoa diferente de uma qualquer rapariga de Lisboa, Porto ou Coimbra.

 

Por tudo isto e muito mais, sou uma rapariga da aldeia, uma rapariga que adora observar a natureza, ouvir o canto dos pássaros, observar os voos exibicionistas das garças, os passeios despreocupados dos patos, sentir a cadência das estações na mudanças cromáticas da vegetação, ouvir o sino a dar as horas na igreja mais próxima, ouvir o senhor da fruta e do pão a buzinar, anunciando a sua chegada ou ouvir o ronco de uma velha mota, que passa em frente à minha casa todos os dias sempre à mesma hora.

Ética alimentar

Crescer, envelhecer, é ver a vida assaltada por dúvidas, questionamentos éticos e morais, sobressaltos inerentes à simples questão de se existir, respirar, viver. A vida era muito mais simples aos meus quinze anos, mas, apesar desta constante batalha mental, não sinto nostalgia da ingenuidade daqueles tempos.

 

Uma das coisas que me tem vindo a atormentar mais é a questão do nosso relacionamento, enquanto seres vivos com todos os outros seres vivos que nos rodeiam. Desde tempos imemoriais que temos um relacionamento de carrasco/vítima com toda a natureza. Tudo o que nos rodeia tem de ser subjugado aos nossos interesses: derrubamos florestas, extinguimos animais, aniquilamos ecossistemas e, quando chegamos ao ponto de perceber que vamos matar a galinha dos ovos de ouro, a nossa intenção nunca é a de parar, mas de matar mais devagarinho, porque a nossa vontade continua a ser de valor supremo.

 

Focando-me na questão do relacionamento que temos com os animais para o consumo alimentar, vejo a imensa hipocrisia que nos rodeia e da qual eu sou um exemplo vergonhosamente perfeito. Eu seria incapaz de matar um animal para me alimentar. Em mim reside essa certeza absoluta. Mesmo que alguém matasse o animal por mim, eu seria incapaz de o esfolar, de lhe arrancar penas, pele, cortar a cabeça. No entanto, hipocritamente, eu consumo carne. Olhar para um bife embalado dissocia todo o passado daquele bife: a forma como o animal viveu, a forma como foi abatido e transformado naquela coisa inócua e sem culpas — uns bifes dentro de uma embalagem de plástico.

 

Quando confrontada com a evidência — vídeos que mostram a barbárie diária em matadouros de abate e transformação de animais, eu não consigo aguentar mais de dez segundos a ver aquilo e o que sinto é um misto de tristeza e vergonha. Muita vergonha.

 

A verdade é que, enquanto sociedade, evoluímos nas leis de proteção animal, seja através da proteção de espécies selvagens ou de animais de companhia, mas estas são apenas uma maquiagem da realidade, da qual suspeitamos, mas preferimos ignorar, olhando par o lado. O consumo massivo de carne e peixe transformou a vida animal num fenómeno sem interesse numa linha de montagem que vê aqueles seres sencientes como uma pequena peça na engrenagem alimentar.

 

Tal como eu, talvez muitas pessoas vivam nesta vergonha e tentem fazer aquilo que lhes parece correto mas, mergulhadas num vício de décadas, regressem aos velhos hábitos. Será difícil toda a população mundial deixar, num curto espaço de tempo, de consumir carne e peixe. Mas talvez seja possível promover uma discussão que obrigue a claras alterações na forma como os animais que consumimos são criados e abatidos. Talvez uma discussão aberta possa contribuir para que alguns deixem de consumir, outros reduzam drasticamente e para que a produção que se mantenha sofra alterações radicais.

 

Uma galinha viver numa gaiola com um tamanho equivalente a uma caixa de sapatos não me parece nada digno; os frangos serem trucidados numa linha de montagem não me parece nada digno e talvez haja formas de dignificar aquilo que, na génese, é um ato bárbaro — matar.

 

Como tema que nos causa vergonha, muitas vezes preferimos evitar do que confrontar a realidade, mesmo quando secretamente fazemos uma admissão de culpa. Mas debater nunca fez mal a ninguém, falar abertamente do assunto sem constrangimentos não tem de ser vergonhoso, doloroso, pode, pelo contrário, trazer a libertação.

 

Como seres vivos racionais, temos de raciocinar um pouco mais.

 

galinhas.jpg

Fotografia retirada do site http://www.anda.jor.br/31/10/2010/ativistas-divulgam-video-do-resgate-de-38-galinhas-libertadas-de-uma-granja

 

Contra-natura é o amor gerar ódio

Estive a ver o episódio da SIC «E se fosse eu» que esta semana era sobre a homofobia.

 

No final, face a algumas recções/comentários, apenas me pergunto (uma questão que me faço desde há anos, porque a resposta teima em não aparecer) — como é que o amor, a atração entre dois seres humanos pode causar ódio, repulsa a alguém? Porque é que o amor dos outros desencadeia tais emoções em quem nada tem a ver com ele, com esse amor, essa atração?

 

Quando falam em contra-natura como justificação para emoções tão baixas e ignóbeis, digo que contra-natura é o amor gerar ódio, ofensas, injúrias, repulsa expressa.

 

 

 

 

Escola Pública

A discussão gerada em torno dos contratos de associação com as escolas privadas já me começa a provocar um bocado de «feni». Até o cardeal patriarca já anda metido ao barulho, cedendo «gentilmente» a sua opinião sobre o assunto.

 

Vamos lá ver: se os contratos foram criados para suprir falhas de oferta da rede de escolas públicas, quando essas falhas de oferta, essas lacunas deixam de existir, não há qualquer justificação para continuarem a ser pagos contratos associativos. Tudo o resto são discussões exteriores ao que está aqui em debate — o financiamento de turmas no ensino privado (os contratos associativos).

 

Por isso, qual é a dúvida?

Fúteis paixões adolescentes

Tinha 12 anos quando o vi numa capa de uma revista de música sobre heavy metal/hard rock. Se agora, depois de uma catrefada de anos em cima, apregoo a futilidade da beleza exterior per se, o horror do cânone da simetria, naquele dia nada disso importou. Caí de amores por aquele homem com um rosto andrógeno, traços femininos que chocavam de frente com uma postura agressiva.

 

Numa época diferente, sem internet, a busca por informação, pela sua música, não foi assim tão simples, mas não demorou muito até que as cassetes dos álbuns da sua banda não saíssem do meu walkman, não demorou muito até que cada centímetro das paredes do meu quarto ficasse coberto de posters onde que ele posava como um deus, convencido da sua beleza, arrogante nas suas poses provocatórias.

 

Sebastian Bach.jpg

 Sebastian Bach — vocalista dos Skid Row entre 1986-1996

 

Os meus primeiros passos na língua alemã foram na tradução de revistas alemãs de música em que ele aparecia. Tarefa árdua para quem nada sabia da língua e o dicionário alemão/português era a única ferramenta de tradução disponível (não havia cá Google translater). Correspondia-me por carta com várias pessoas do mundo com as quais trocava informação, recortes de revistas, posters, enviando material de outras bandas em troca de material sobre ele e a sua banda. O dinheiro que me era dado para petiscar qualquer coisa no bar da escola era religiosamente guardado para comprar as revistas de música e de posters onde ele figurava. Era uma paixão obsessiva, fútil, adolescente.

 

A exaltação manteve-se por longos anos, atravessando toda a adolescência rumo à idade adulta. Com o tempo foi desvanecendo, substituída por outros interesses que se impuseram, novas paixões que se assomaram. No entanto, aquela centelha de um passado ingénuo, de um Eu que via o futuro de uma forma mágica, mística, reacende de cada vez que ouço aquelas músicas, vejo o seu rosto nos videoclips «gentilmente» cedidos pelo youtube, essa maravilhosa ferramenta dos tempos modernos.  

 

Mesmo percebendo uma certa piroseira em certas músicas, ouvi-las causa-me diversas emoções esmagadoras. É como se aquela miúda de 14 anos, apaixonada, devorada por aquela música, estivesse enfiada dentro desta de 37 anos — esta que descobriu coisas sobre o mundo que a outra desconhecia, esta que percebeu que os sonhos da outra eram pura fantasia, esta que inveja a ignorância da outra, esta que por segundos, ao som de hard rock, ainda julga que é a outra.

 

Wasted Time - Skid Row (1991)

 

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